sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dores

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Olho pra janela. Está chovendo.
Meu corpo quer fugir de casa, deixar-se ser envolvido pela chuva.
Ele pensa que a água vinda do céu pode matar sua sede de carinho.

Imbecil.

Com a sensibilidade de uma máquina, saio caminhando pela calçada, rezando para que meu corpo se perdesse e eu pudesse encontrar minha alma.

Dói demais, entende? E a dor chegou num ponto em que todo o resto é anestesiado. A ponto de esquecer do que estava falando... Do sentimento original. De te amar.

É mentira dizer que minha alma está perdida, sei que ela está dentro de mim, mas é como se a parte mais pura, mais brilhante, estivesse escondida em algum lodo interno e eu não conseguisse arrancá-la de lá sozinha. É frustrante.

E mais frustrante que isso, é saber que só poderei ver essa parte brilhante com sua ajuda, como se só eu não fosse boa o bastante. Como se minha própria alma pensasse que se essa parte se revelasse, correria o risco do meu corpo se tornar um recipiente pequeno, e esta temesse transbordar... Por isso era necessário seu corpo? Para que o que transbordasse de mim fosse recolhido por você?

Você não entende, não me conhece... Você existe?

Caminho solitária, rezando para a chuva lavar mais que meu exterior... Tem idéia do que é procurar um rosto anônimo na multidão? Como sofrer tanto de amor por quem não sabe a cor dos olhos? Apenas imagina o brilho do sorriso?

Como reconhecer quem não se conhece?

2 Response to Dores

17 de setembro de 2010 às 22:15

posso parar de chorar agora?

18 de setembro de 2010 às 11:12

me imaginei... em suas palavras... mas o mais frustante de td isso eh dar um largo sorriso e nao ser correspondido :P boas palavras Vih bem verdadeiro. bjao

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